Recolonizaçaão da Flora Intestinal = Saúde

Nosso intestino tem um ritmo que avisa o momento da evacuação e, se este aviso não for seguido, talvez só volte a acontecer no dia seguinte

Ter um bom funcionamento intestinal é fundamental para garantir a saúde do organismo.

Quem não vai à WC com a frequência ideal e não evacua em quantidade suficiente pode ter problemas no futuro.

“O mau funcionamento a longo prazo pode trazer problemas disfuncionais e lesionais de difícil controle.

O uso inadequado de laxantes, pode causar colite (inflamação do cólon), aparecimento de distúrbios anatômicos pélvicos devido a pressão peristaltica, como retocele (pressão do reto junto ao assoalho da vagina), deslocamento retal e doenças anais, como hemorroidas, fissuras e até fístulas”, aponta Sidney Klajner, gastroenterologista do hospital Albert Einstein.

Casos mais graves, problemas disfuncionais e lesionais podem contribuir para o aparecimento de diverticulite (inflamação nos apêndices do cólon) e até obstruir o intestino, necessitando de uma cirurgia de emergência para libertar a passagem.

Além dos problemas de saúde, a prisão de ventre pode causar, desconforto intestinal, gases em excesso e cólicas pelo acúmulo de fezes. “O bom funcionamento do intestino evita o maior contato de substâncias carcinogênicas, isto é, que induzem ao aparecimento de câncer, na mucosa intestinal, para não sobrecarregarmos o aparelho evacuatório na pelve com força excessiva”, explica o gastroenterologista.

“Enfim, o mau funcionamento acaba por interferir no próprio humor das pessoas”, completa ele.

Um intestino que funcione não significa, no entanto, que você tenha de ir à WC todos os dias. Nete caso, não existe regra para o hábito intestinal.

“A frequência pode variar de três vezes ao dia a três vezes por semana, dependendo da pessoa.

O importante é que se tenha uma sensação de evacuação completa”, explica o gastroenterologista Sender Miszputen, membro da Federação Brasileira de Gastroenterologia.

A evacuação tem de ser precedida por vontade de evacuar, não deve exigir esforço (força) e deve apresentar consistência pastosa. “O simples fato de haver fezes em ‘bolinhas’ endurecidas, pode significar presença de constipação”, diz Klajner.

Hoje em dia, é fácil achar quem tenha problemas para evacuar ou sinta que não vai à WC tantas vezes quanto deveria – ou gostaria.

“A vida moderna tem sido uma grande vilã para a saúde intestinal.

Estamos trabalhando em horários cada vez mais alargados, sem fazer as refeições com regularidade e tempos ideais, o que faz com que não tenhamos tempo para evacuar”, alerta o médico do Albert Einstein.

Segundo ele, o nosso intestino tem um ritmo que avisa o momento da evacuação e, se este aviso não for seguido, talvez só volte a acontecer no dia seguinte.

“Aí, nós perdemos aquele dia de evacuação. No seguinte, as fezes já estarão mais ressecadas e com dificuldade maior para a evacuação”, afirma ele.

Para evitar que isso aconteça, a orientação é respeitar o momento da evacuação, não inibindo a vontade. Nestes casos, as mulheres são as que mais sofrem, pois têm muita dificuldade de ir ao banheiro fora de casa, segundo revelou pesquisa da Federação Brasileira de Gastroenterologia.

O consumo excessivo de comidas pobres em fibras, como as vendidas em fast-foods, e de produtos industrializados, aumenta ainda mais o problema.

As fibras são essenciais para o bom funcionamento intestinal. De acordo com Carolina Daher Rolfo, nutricionista do hospital Albert Einstein, a American Dietetic Association (ADA), recomenda que um indivíduo sadio consuma de 20 a 35 gramas de fibra por dia (veja alimentos que ajudam o intestino no álbum abaixo).

A baixa ingestão de líquidos é outro fator que leva à prisão de ventre. Isso porque os líquidos ajudam a hidratar as fezes e melhorar sua consistência. “A ingestão de líquidos hidrata e amolece o bolo fecal, levando à redução do seu peso e facilitando o trânsito intestinal e a expulsão das fezes”, diz Daher Rolfo. “Caso ocorra um baixo consumo hídrico, o indivíduo poderá apresentar efeitos adversos causados pelo consumo de fibras, entre estes, podemos observar desde a produção excessiva de flatulência e gases, até obstrução em qualquer parte do tubo digestivo”, alerta a médica. O ideal é que se beba pelo menos dois litros de água por dia, sempre fora das refeições.

Fonte: Ana Sachs Do UOL, em São Paulo